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Feira Fotografar 2011 e EBEFI abril 18, 2011

Posted by Jan Balanco in Artes Visuais.
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As velhas rivais Fujifilm e Kodak na Feira Fotografar 2011

Aconteceu de 12 a 14 de abril a edição 2011 da Feira Fotografar. Em seu 5º ano de realização, a feira ocupou dois andares do Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e ainda o teatro principal do shopping e sua área de convivência. Sou bem interessado em fotografia, tendo começado a fotografar com câmeras reflex por volta de 1999, mas hoje usando apenas uma compacta digital. Gosto de me classificar como aspirante a fotógrafo amador. Profissionalmente, me interesso por curadoria e montagem de exposições na área, ou seja, o que me interessa mesmo é a fotografia enquanto arte.

A Feira Fotografar me revelou o mundo da fotografia profissional, que eu desconhecia. Além das exposições e do fotojornalismo, há um consolidado e diversificado mercado. Esperava encontrar apenas expositores vendendo os últimos lançamentos em câmeras fotográficas, mas isso acabou sendo o que menos vi. Estandes de álbuns, impressoras, minilabs, flashs, tripés, porta-retratos, fotopresentes, fotolivros, e outros produtos específicos para lojistas, donos de estúdios, agências e profissionais autônomos predominaram. Pelo que entendi, as atuais apostas do mercado são os álbuns, as formaturas, e os casamentos, sendo que este último tem um evento específico para fotógrafos especializados, o Wedding Brasil.

Público visitando a feira

Saber que esse campo da economia criativa é tão organizado me animou especialmente por enxergar nessa profissionalização uma alternativa para os fotógrafos autorais que não conseguem ainda “viver de arte” complementarem a sua renda. Assim como na área musical é comum um músico trabalhar como técnico de som, apresentador de rádio, ou produzir jingles para manter sua carreira autoral, deduzo que um fotógrafo pode, em paralelo à sua carreira como artista, cobrir eventos, trabalhar em laboratórios, entre outras atividades, mantendo-se como profissional da área enquanto suas exposições, venda de fotos e livros não produzem renda suficiente. Será que estou certo nessa suposição?

Além da feira, oficinas e palestras completaram a programação do evento, com destaque para o Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem – EBEFI, de que falei aqui antes, e que pude acompanhar.

Mesa sobre o mercado fineart

O primeiro dia do EBEFI começou com um representante da Revista FHOX e outro da Rede Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, apresentando dados do setor, em sua maioria ousadamente produzidos por eles mesmos. Uma atitude louvável, que serve de exemplo para agentes de outros setores se organizarem e produzirem os seus próprios números. E do ponto de vista da programação, o começo perfeito para as discussões que se seguiriam durante o evento. Alguns dados que anotei:

Números da Fotografia no Brasil
*Fontes: Revista FHOX e RPCFB

  • Dispositivos de captura: 50 milhões
  • Fotógrafos Profissionais: 50 a 100 mil
  • Minilabs: 4,5 mil
  • Lojas: 9 mil (eram 13 mil antes do digital)
  • Estúdios: 3 mil
  • Inkjets: Mais de 500
  • Vendas totais: R$ 10 bilhões

Na mesa seguinte, a presença da pesquisadora Claudia Leitão, responsável pela recém-criada  Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, foi animadora. Longe de ser uma aventureira no assunto, a nova Secretária o domina por completo, e fez uma fala muito bem fundamentada histórica e conceitualmente. No público, a presença de Juliana Nolasco, ex-assessora do Ministério que cuidava do tema na gestão anterior, sinalizava que a nova Secretária não deve ignorar os avanços já realizados pelo MinC na área. Nesse ponto a Ministra Ana de Hollanda acertou.

Mas não vou comentar todo o evento em detalhes. Em vez disso, seguem algumas fotos com momentos mais relativos à criatividade do que à economia que ficaram na memória, e depois uma conclusão:

Jacob Pinheiro, psicanalista: “Imagino o fotográfo como o viajante solitário descrito por Bruce Chatwin no livro “Na Patagônia”. Um peregrino não atrás de Parságada, mas de si mesmo. Acredito que o fotógrafo está preocupado não na busca das imagens externas, mas nas imagens internas do íntimo. Quanto mais ele busca, mais essas imagens escapam, o que torna o trabalho do fotógrafo como uma investigação psicanalítica de si mesmo.”


Jum Nakao, estilista, fez uma palestra tão inspiradora que eu não consegui registrar em palavras, mas fica a imagem. Pesquise sobre ele, vale a pena.


Claudio Edinger, fotógrafo: “Às vezes alguma pessoa me pergunta: ‘Você ainda tá nessa de fazer foco seletivo?’. Ao que eu respondo: ‘E você ainda tá nessa de usar foco?'”


Além das palestras, o EBEFI teve uma área de convivência com expositores muito interessantes como a galeria virtual FotoSpot, que vende fotos excelentes a pequenos preços, a gráfica Ipsis, que produz os livros de fotografia com a melhor impressão que já vi, e as câmeras Hasselblad, que para deleite dos fotógrafos presentes podiam ser testadas no local.

Em 2010 os termos economia da cultura e economia criativa viraram moda entre os agentes do campo cultural brasileiro. E se 2010 também foi o ano do Twitter e do Facebook, o que mais se viu foram esses termos serem repetidos internet afora por pessoas que quase sempre não sabiam do que estavam falando. O mesmo acontece com alguns eventos, palestrantes e professores, que abordam mal o tema, ou usam dessa moda para promover sua carreira. O EBEFI, apesar do ineditismo, conseguiu apresentar uma ótima programação, confirmando as expectativas que tinha. E considerando que a produção teve menos de 2 meses para preparar o encontro, os parabéns são dobrados. Espero muitíssimo que possamos contar com uma segunda edição do evento em São Paulo, ou edições extras em outros estados brasileiros.

Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem abril 12, 2011

Posted by Jan Balanco in Artes Visuais.
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Foto: Cia de Foto

Começa hoje às 10h no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, o I Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem, encontro que, como o nome diz, pretende debater aspectos econômicos que envolvem a linguagem fotográfica, como o mercado de obas de arte, meios de difusão, mecanismos de fomento públicos, novas tecnologias, dados, entre outros. O tema, apesar de fundamental, pouco vemos ser discutido publicamente na área das artes visuais, o que torna o encontro uma oportunidade singular de aprendizado e atualização. E pela minha experiência profissional em economia da cultura, afirmo que esse é um dos eventos com a melhor programação que já vi nesse campo, com boa abrangência de temas, e convidados significativos e de diversos elos da cadeia produtiva (artistas, instituições, Governo, produtores).

O EBEFI integra a programação paralela da Feira Fotografar, evento anual do setor fotográfico que apresenta expositores de produtos e serviços para profissionais do mercado.

Confira abaixo a programação do EBEFI. Para detalhamento das palestras e perfil dos convidados, bem como valores e inscrição, visite o site do EBEFI.

Programação 12 de abril

FOTOGRAFIA, IMAGEM E CULTURA: QUE MERCADO É ESSE?

10h OS NUMEROS DA FOTOGRAFIA: MERCADO, WEB E CULTURA
* Fontes: Revista FHOX e RPFCB

10h25 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FOTOGRAFIA
Representante do MinC, Claudia Leitão, da Funarte, Xico Chaves, o Deputado Federal Carlos Zarattini, e Iatã Cannabrava, da RPCFB, Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil

11h45 O USO DA IMAGEM NA GRAMATICA DA IMERSÃO TOTAL
Marcello Dantas, Magnetoscópio

15h A EXPERIÊNCIA DAS FEIRAS DE ARTE
Fernanda Feitosa, SP Arte/Foto

15h35 LIVROS E EXPOSIÇÕES: PRODUTOS DA CULTURA DE UM PAÍS
Sergio Burgi, do IMS, Augusto Massi, da Cosac Naify, Renata Motta do SISEM e Danilo Miranda, do SESC
Mediação: Iatã Cannabrava

17h DO DESENHO DO PROJETO AO GARGALO DA CAPTAÇÃO
Cristiane Olivieri, da Olivieri & Associados, Eduardo Saron, do Itaú Cultural, Henilton Parente de Menezes, Secretário de Fomento do MinC e Sharon Hess
Mediação: João Leiva, Jleiva

18h45 ENCERRAMENTO

Programação 13 de abril

FOTOGRAFIA NO DIVÃ: ECONOMIA CRIATIVA, IMAGEM E INOVAÇÃO

10h A ERA DA IMAGÉTICA
Jacob Pinheiro Goldberg, psicanalista

10h35 CONVERGÊNCIA: FOTOGRAFIA, VIDEO, WEB
Paulo Fehlauer, da Garapa, Carla Romero, da Brasil 247, João Wainer, editor chefe da TV Folha/SP.
Mediação: Mozart Mesquita

11h55 TRANSITANDO ENTRE MERCADOS
Cia de Foto, coletivo de fotografia

15h OS NOVOS CAMINHOS DO MERCADO E A FORMAÇÃO DE PÚBLICO COMPRADOR
Lucas Lenci, da FotoSpot, Caio Oliveira, da Canson, Thiago Gomide, da Bolsa de Arte e Galeria Bergamim, Alexandre Roesler, da Galeria Motor

16h20 O PAPEL DA IMAGEM NA ECONOMIA CRIATIVA
Fabio Cimino, Zipper Galeria, Piatã Stoklos, Marketing Cultural – Vice Presidência de Marca, Marketing, Comunicação e Interatividade do SantanderAlessandra D’Aloia, da ABAC e Ilana Bessler, fotógrafa e curadora.
Mediação: Ana Carla Fonseca, da Garimpo de Soluções e FGV

17h40 A IMAGEM INVISÍVEL
Jum Nakao, Diretor de Arte e Estilista

18h10 CLAUDIO EDINGER NUM “PAPO SELETIVO” COM ALEXANDRE BELÉM
Alexandre Belém, Olhavê, entrevista Claudio Edinger, fotógrafo

18h50 ENCERRAMENTO