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Fest Comix 2011 outubro 15, 2011

Posted by Jan Balanco in Livros e HQs.
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Começou ontem e vai até este domingo em São Paulo a 18ª edição do Fest Comix, festival de HQs promovido pela Comix, mais tradicional loja brasileira do ramo. Auto-intitulado como o “maior evento de Quadrinhos e Mangás do Brasil”, se caracteriza mais como uma feira do que um festival. Diferentemente de outros eventos brasileiros como o FIQ e a Rio Comicon, que tem programação intensa de lançamentos, palestras, debates e oficinas, além de exposições e até mostras de filmes, em uma celebração real da cultura das HQs, o Fest Comix é na verdade uma feira de venda de publicações, associada a uma pequena – porém interessante – programação paralela.

O “supermercado dos quadrinhos” no Fest Comix de 2010.

Para quem deseja fazer comprar, o Fest Comix é muito bom. A variedade de títulos é realmente grande, e parcerias com editoras nacionais proporcionam descontos de 20% a 80% nos títulos à venda. A oferta de revistas usadas também é ótima, sendo uma boa oportunidade para completar coleções.

O 18º Fest Comix acontece de 14 a 16/10 no Centro de Convenções São Luís, localizado a Rua Luis Coelho, 320, muito próximo à estação Consolação/Paulista do metrô. Para conferir a programação completa do evento, e os preços dos itens em promoção, confira o site oficial.

Leitura para começar o ano: Garfield janeiro 10, 2011

Posted by Jan Balanco in Livros e HQs.
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A primeira coisa que escolhi pra ler esse ano foi Garfield, um gato de peso. Desde 2006 a editora L&PM publica no Brasil coleções de tiras do Grafield em edições de bolso que eu considero perfeitas. Há diversos títulos do Garfield no mercado nacional, nos mais diversos formatos, tamanhos e quantidade de páginas, mas prefiro comprar em versão de bolso pela praticidade de poder levar a qualquer lugar. As tiras são hilárias e excelentes para animar tediosas viagens de ônibus e metrô, ou para recomeçar um dia de trabalho após o almoço, ou para ler no banheiro, ou ao acordar… Costumo gargalhar lendo Garfield, e tento não perceber a reação das pessoas ao meu redor nesses momentos.

Recomendo a caixa da L&PM que reúne os cinco primeiros volumes dos dez por eles publicado em formato de bolso até agora. Cada livro tem cerca de 130 páginas com mais de 300 tiras em média.

Custa R$ 44 na Saraiva.

Exposição “MATA” de Pedro Marighella maio 5, 2010

Posted by Jan Balanco in Artes Visuais, Livros e HQs, Música.
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Em curtíssima temporada na Galeria ACBEU, em Salvador, encerra nesse sábado 08/5 a visitação à exposição MATA, do artista baiano Pedro Marighella. Na verdade uma obra única, MATA é uma ocupação gráfica em que as paredes da galeria foram cobertas por desenhos  feitos à mão com o uso de caneta marcador diretamente na parede. Não vou falar aqui sobre o tema dos desenhos, nem publicar fotos da ocupação. Não quero estragar o fator-surpresa de quem for visitar pessoalmente. Mas prometo publicar um registro fotográfico aqui na próxima semana. Por enquanto, apenas uma foto da parede de apresentação da galeria, também feito à mão.

Acompanho o trabalho de Pedro Marighella, ou simplesmente Marighella – como o chamávamos desde antes de saber da existência de seu antepassado famoso -, desde o final dos anos 1990, época em que ele desenhava quadrinhos e pintava as paredes do grêmio estudantil do colégio onde estudávamos, o ISBA. Chegamos a trabalhar em um mesmo projeto, a edição Nº 1 da Banzai Comics, HQ independente publicada em 1999 pelos amigos Magno Jacobina e Mateus Freire (hoje um engenheiro civil e um médico, respectivamente, dois talentos infelizmente afastados da criação artística) em que Marighella foi o artista convidado para ilustrar a capa e o poster, e eu fui o letrista. Seguem fotos abaixo (não possuo scanner).

Exemplar da Banzai Comics #1 com capa de Pedro Marighella

Poster de Pedro Marighella encartado na Banzai Comics #1

De lá pra cá muita coisa aconteceu. Por volta do ano 2000 deu início ao seu projeto como DJ, o SOM PEBA, em que remixa músicas do pagode elétrico baiano, ritmo ainda em ascensão naquela época. Depois começou a discotecar com velhos vinis de axé dos anos 1980 e 1990, num revival muito bem humorado, antecipando em quase 10 anos os atuais remixes e mashups de ritmos das periferias brasileiras, e a revalorização de Luiz Caldas e cia.

Tempos depois começou a administrar com alguns parceiros o Estúdio Zito, através do qual desenvolve todo tipo de ilustrações e peças gráficas sob encomenda para os mais diversos tipos de cliente, de mascote de resort de luxo até as fichas de acarajé da baiana Cira de Itapuã.

Mas sua grande empreitada mesmo é o GIA – Grupo de Interferência Ambiental, coletivo do qual faz parte e que eu considero possivelmente como o que há de melhor no atual cenário das “artes visuais” (entre aspas porque o GIA vai muito além disso) na Bahia.  Prefiro me privar de tentar explicar o GIA e não me fazer entender, e recomendo um passeio demorado pelos seguintes links:

– Blog do GIA

– Reportagem da revista Muito (2008)

– Catálogo da Fiat Mostra Brasil (2006)

Canetas

Em 2007 voltei a trabalhar com Marighella na exposição coletiva do projeto 3×4 – Circuito de Produção Cultural, na Galeria do Teatro ICEIA, onde fui curador e produtor junto a um grupo de colegas da faculdade, e Marighella foi um dos artistas convidados. Foi por volta dessa época que ele começou a fazer desenhos de grande dimensão em paredes, que pude ver pela primeira vez na coletiva Resíduo na Galeria do Conselho. A técnica consiste em usar um retroprojetor para ampliar um desenho previamente feito em papel ou transparência, e então cobrir os contornos projetados na parede com caneta tipo marcador. MATA é a sua maior obra realizada com essa técnica.

Pedro Marighella, de camiseta branca e com sua obra ao fundo, junto a alguns dos artistas da coletiva 3×4.

O que eu entendo como uma gostosa mistura de HQ agigantada e pixação comportada é o suporte que tenho visto Marighella usar em seu trabalho individual de galeria nos últimos anos. Eu adoro, apesar de, por estar sempre preocupado demais com a sustentabilidade dos artistas que admiro, ficar aflito em saber que sua existência é curta e só dura até a próxima camada de tinta, nunca podendo ir parar numa coleção ou algo parecido. Tudo bem que essa não deva ser a intenção do artista, e também nem é da minha conta, mas fico preocupado com a sustentabilidade das ações. Seria bacana ver a produção de obras como essa em dimensões menores, em suportes como telas e desenhos, por exemplo. A artista japonesa Urata Spancall faz isso muito bem, pintando telas, ilustrando em papel, ou até em objetos como calçados, sem perda (eu mesmo tenho um exemplar em casa).

Mercado à parte, a sua arte fica cada vez melhor.