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SP-Arte para principiantes maio 10, 2012

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Visão aérea da SP-Arte 2011

Começou ontem e vai até o próximo domingo, 12 de maio, a edição 2012 da mais importante feira de arte brasileira, a SP-Arte. A feira acontece no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera em São Paulo, e tem como expositores as mais importantes galerias do país. Em verdade, tomando por base a edição do ano passado, quase todas as galerias presentes são da cidade de São Paulo, algumas do Rio de Janeiro, uma de Salvador, uma do Recife, e não me recordo se outros estados se fizeram presentes com estandes.

Como qualquer feira comum, o foco da SP-Arte é criar um espaço temporário especial para que empresários de determinado ramo possam apresentar seus produtos ao seu mercado específico. Neste caso, os empresários são os galeristas, os produtos são as obras de arte expostas, e o mercado é o chamado mercado de arte.

Detalhe dos estande da SP-Arte 2011

Um dos mais aguardados momentos do calendário das artes visuais no Brasil, talvez apenas superado pela Bienal de Arte de São Paulo, a SP-Arte é uma visita indispensável a qualquer interessado por arte contemporânea, seja ou não colecionador. Se a sua importância é quase sempre medida pelo ponto de vista da economia da cultura à partir do volume de negócios que movimenta, sendo o principal termômetro do mercado, chamo atenção para outro aspecto, mais interessante.

A SP-Arte é a principal oportunidade para conferir o que de melhor está acontecendo na arte contemporânea brasileira. Afinal são os melhores galeristas apresentando as melhores obras de seus melhores artistas. Nessa intenção de apresentar a atual arte nacional, o panorama trazido pela feira em minha opinião supera o da Bienal (pois nesta a arte brasileira e estrangeira divide espaços) e o do Panorama da Arte Brasileira (pois é menor em dimensão e limitado por recortes curatoriais temáticos). Não quero com isso afirmar que a SP-Arte é um retrato fiel do campo das artes visuais no Brasil. Ela é um retrato da arte bem posicionada no mercado. Mas arrisco dizer que parte significativa dos melhores artistas dessa linguagem está aqui representada.

Galeria Choque Cultural na SP-Arte 2011

Visitar a SP-Arte é como visitar uma exposição de arte contemporânea do mais alto nível, digna de figurar nas salas de qualquer uma das mais prestigiadas instituições culturais do país. Das pinturas de Adriana Varejão, à fotografia de Claudio Edinger, ao graffiti de Titi Freak ou à escultura de Frans Krajcberg, provavelmente tudo estará lá. Além de dificilmente encontrar obras desses artistas expostas em museus e galerias públicas, que não possuem dinâmica burocrática e financeira para acompanhar o cenário artístico na velocidade necessária, apreciar essas obras em suas galerias de origem também é muito difícil. Conheço mais de duas dezenas de galerias da cidade de São Paulo, e posso afirmar com certeza que visitá-las não costuma ser dos melhores passeios, podendo até mesmo se constituir algumas vezes em situações desagradáveis. Em sua absoluta maioria as galerias de arte não se compreendem enquanto equipamento cultural, cujo acesso a todo tipo de público deveria ser incentivado para formação de seu público. São administradas como lojas de luxo que não gostam de abrir suas portas a visitantes de ocasião. As exceções existem, como a minha preferida Choque Cultural, a querida Paulo Darzé e a jovem Zipper, mas sem dúvida são casos raros. Com estandes abertos na feira, por mais que certos galeristas torçam os narizes para você, não há nada que possam fazer além de cara feia – e quem tem medo de careta?

Recomendo muitíssimo a visita à SP-Arte. É um evento de qualidade tal que vale uma viagem interestadual para comparecer. A feira cobra ingressos de R$ 30 por pessoa, que considero caríssimos para um projeto patrocinado com dinheiro público via Lei Rouanet. Como comparação, o museu mais caro de São Paulo, o MASP – que cobra mais que o dobro dos outros museus da cidade – tem ingressos a R$ 15, e o Louvre, em Paris a aproximadamente R$ 26 (€10). Porém neste ano uma dica fundamental para economizar é que ao adquirir ingressos do MIS-SP ou MAM-SP você ganha um convite para a feira. O ingresso do MIS custa R$ 5, e o do MAM está gratuito atualmente. Ou seja, antes de ir à feira bastar fazer uma visita ao MAM (que fica no prédio vizinho) e solicitar um convite na recepção.

Feira Fotografar 2011 e EBEFI abril 18, 2011

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As velhas rivais Fujifilm e Kodak na Feira Fotografar 2011

Aconteceu de 12 a 14 de abril a edição 2011 da Feira Fotografar. Em seu 5º ano de realização, a feira ocupou dois andares do Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e ainda o teatro principal do shopping e sua área de convivência. Sou bem interessado em fotografia, tendo começado a fotografar com câmeras reflex por volta de 1999, mas hoje usando apenas uma compacta digital. Gosto de me classificar como aspirante a fotógrafo amador. Profissionalmente, me interesso por curadoria e montagem de exposições na área, ou seja, o que me interessa mesmo é a fotografia enquanto arte.

A Feira Fotografar me revelou o mundo da fotografia profissional, que eu desconhecia. Além das exposições e do fotojornalismo, há um consolidado e diversificado mercado. Esperava encontrar apenas expositores vendendo os últimos lançamentos em câmeras fotográficas, mas isso acabou sendo o que menos vi. Estandes de álbuns, impressoras, minilabs, flashs, tripés, porta-retratos, fotopresentes, fotolivros, e outros produtos específicos para lojistas, donos de estúdios, agências e profissionais autônomos predominaram. Pelo que entendi, as atuais apostas do mercado são os álbuns, as formaturas, e os casamentos, sendo que este último tem um evento específico para fotógrafos especializados, o Wedding Brasil.

Público visitando a feira

Saber que esse campo da economia criativa é tão organizado me animou especialmente por enxergar nessa profissionalização uma alternativa para os fotógrafos autorais que não conseguem ainda “viver de arte” complementarem a sua renda. Assim como na área musical é comum um músico trabalhar como técnico de som, apresentador de rádio, ou produzir jingles para manter sua carreira autoral, deduzo que um fotógrafo pode, em paralelo à sua carreira como artista, cobrir eventos, trabalhar em laboratórios, entre outras atividades, mantendo-se como profissional da área enquanto suas exposições, venda de fotos e livros não produzem renda suficiente. Será que estou certo nessa suposição?

Além da feira, oficinas e palestras completaram a programação do evento, com destaque para o Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem – EBEFI, de que falei aqui antes, e que pude acompanhar.

Mesa sobre o mercado fineart

O primeiro dia do EBEFI começou com um representante da Revista FHOX e outro da Rede Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, apresentando dados do setor, em sua maioria ousadamente produzidos por eles mesmos. Uma atitude louvável, que serve de exemplo para agentes de outros setores se organizarem e produzirem os seus próprios números. E do ponto de vista da programação, o começo perfeito para as discussões que se seguiriam durante o evento. Alguns dados que anotei:

Números da Fotografia no Brasil
*Fontes: Revista FHOX e RPCFB

  • Dispositivos de captura: 50 milhões
  • Fotógrafos Profissionais: 50 a 100 mil
  • Minilabs: 4,5 mil
  • Lojas: 9 mil (eram 13 mil antes do digital)
  • Estúdios: 3 mil
  • Inkjets: Mais de 500
  • Vendas totais: R$ 10 bilhões

Na mesa seguinte, a presença da pesquisadora Claudia Leitão, responsável pela recém-criada  Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, foi animadora. Longe de ser uma aventureira no assunto, a nova Secretária o domina por completo, e fez uma fala muito bem fundamentada histórica e conceitualmente. No público, a presença de Juliana Nolasco, ex-assessora do Ministério que cuidava do tema na gestão anterior, sinalizava que a nova Secretária não deve ignorar os avanços já realizados pelo MinC na área. Nesse ponto a Ministra Ana de Hollanda acertou.

Mas não vou comentar todo o evento em detalhes. Em vez disso, seguem algumas fotos com momentos mais relativos à criatividade do que à economia que ficaram na memória, e depois uma conclusão:

Jacob Pinheiro, psicanalista: “Imagino o fotográfo como o viajante solitário descrito por Bruce Chatwin no livro “Na Patagônia”. Um peregrino não atrás de Parságada, mas de si mesmo. Acredito que o fotógrafo está preocupado não na busca das imagens externas, mas nas imagens internas do íntimo. Quanto mais ele busca, mais essas imagens escapam, o que torna o trabalho do fotógrafo como uma investigação psicanalítica de si mesmo.”


Jum Nakao, estilista, fez uma palestra tão inspiradora que eu não consegui registrar em palavras, mas fica a imagem. Pesquise sobre ele, vale a pena.


Claudio Edinger, fotógrafo: “Às vezes alguma pessoa me pergunta: ‘Você ainda tá nessa de fazer foco seletivo?’. Ao que eu respondo: ‘E você ainda tá nessa de usar foco?'”


Além das palestras, o EBEFI teve uma área de convivência com expositores muito interessantes como a galeria virtual FotoSpot, que vende fotos excelentes a pequenos preços, a gráfica Ipsis, que produz os livros de fotografia com a melhor impressão que já vi, e as câmeras Hasselblad, que para deleite dos fotógrafos presentes podiam ser testadas no local.

Em 2010 os termos economia da cultura e economia criativa viraram moda entre os agentes do campo cultural brasileiro. E se 2010 também foi o ano do Twitter e do Facebook, o que mais se viu foram esses termos serem repetidos internet afora por pessoas que quase sempre não sabiam do que estavam falando. O mesmo acontece com alguns eventos, palestrantes e professores, que abordam mal o tema, ou usam dessa moda para promover sua carreira. O EBEFI, apesar do ineditismo, conseguiu apresentar uma ótima programação, confirmando as expectativas que tinha. E considerando que a produção teve menos de 2 meses para preparar o encontro, os parabéns são dobrados. Espero muitíssimo que possamos contar com uma segunda edição do evento em São Paulo, ou edições extras em outros estados brasileiros.

Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem abril 12, 2011

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Foto: Cia de Foto

Começa hoje às 10h no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, o I Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem, encontro que, como o nome diz, pretende debater aspectos econômicos que envolvem a linguagem fotográfica, como o mercado de obas de arte, meios de difusão, mecanismos de fomento públicos, novas tecnologias, dados, entre outros. O tema, apesar de fundamental, pouco vemos ser discutido publicamente na área das artes visuais, o que torna o encontro uma oportunidade singular de aprendizado e atualização. E pela minha experiência profissional em economia da cultura, afirmo que esse é um dos eventos com a melhor programação que já vi nesse campo, com boa abrangência de temas, e convidados significativos e de diversos elos da cadeia produtiva (artistas, instituições, Governo, produtores).

O EBEFI integra a programação paralela da Feira Fotografar, evento anual do setor fotográfico que apresenta expositores de produtos e serviços para profissionais do mercado.

Confira abaixo a programação do EBEFI. Para detalhamento das palestras e perfil dos convidados, bem como valores e inscrição, visite o site do EBEFI.

Programação 12 de abril

FOTOGRAFIA, IMAGEM E CULTURA: QUE MERCADO É ESSE?

10h OS NUMEROS DA FOTOGRAFIA: MERCADO, WEB E CULTURA
* Fontes: Revista FHOX e RPFCB

10h25 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FOTOGRAFIA
Representante do MinC, Claudia Leitão, da Funarte, Xico Chaves, o Deputado Federal Carlos Zarattini, e Iatã Cannabrava, da RPCFB, Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil

11h45 O USO DA IMAGEM NA GRAMATICA DA IMERSÃO TOTAL
Marcello Dantas, Magnetoscópio

15h A EXPERIÊNCIA DAS FEIRAS DE ARTE
Fernanda Feitosa, SP Arte/Foto

15h35 LIVROS E EXPOSIÇÕES: PRODUTOS DA CULTURA DE UM PAÍS
Sergio Burgi, do IMS, Augusto Massi, da Cosac Naify, Renata Motta do SISEM e Danilo Miranda, do SESC
Mediação: Iatã Cannabrava

17h DO DESENHO DO PROJETO AO GARGALO DA CAPTAÇÃO
Cristiane Olivieri, da Olivieri & Associados, Eduardo Saron, do Itaú Cultural, Henilton Parente de Menezes, Secretário de Fomento do MinC e Sharon Hess
Mediação: João Leiva, Jleiva

18h45 ENCERRAMENTO

Programação 13 de abril

FOTOGRAFIA NO DIVÃ: ECONOMIA CRIATIVA, IMAGEM E INOVAÇÃO

10h A ERA DA IMAGÉTICA
Jacob Pinheiro Goldberg, psicanalista

10h35 CONVERGÊNCIA: FOTOGRAFIA, VIDEO, WEB
Paulo Fehlauer, da Garapa, Carla Romero, da Brasil 247, João Wainer, editor chefe da TV Folha/SP.
Mediação: Mozart Mesquita

11h55 TRANSITANDO ENTRE MERCADOS
Cia de Foto, coletivo de fotografia

15h OS NOVOS CAMINHOS DO MERCADO E A FORMAÇÃO DE PÚBLICO COMPRADOR
Lucas Lenci, da FotoSpot, Caio Oliveira, da Canson, Thiago Gomide, da Bolsa de Arte e Galeria Bergamim, Alexandre Roesler, da Galeria Motor

16h20 O PAPEL DA IMAGEM NA ECONOMIA CRIATIVA
Fabio Cimino, Zipper Galeria, Piatã Stoklos, Marketing Cultural – Vice Presidência de Marca, Marketing, Comunicação e Interatividade do SantanderAlessandra D’Aloia, da ABAC e Ilana Bessler, fotógrafa e curadora.
Mediação: Ana Carla Fonseca, da Garimpo de Soluções e FGV

17h40 A IMAGEM INVISÍVEL
Jum Nakao, Diretor de Arte e Estilista

18h10 CLAUDIO EDINGER NUM “PAPO SELETIVO” COM ALEXANDRE BELÉM
Alexandre Belém, Olhavê, entrevista Claudio Edinger, fotógrafo

18h50 ENCERRAMENTO

As Construções de Brasília janeiro 24, 2011

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Thomaz Farkas – Dia da Inauguração (1960) / Instituto Moreira Salles

Brasília é uma cidade de extremos: Ame ou odeie. Eu amo Brasília. Em poucos lugares do Brasil me sinto tão bem quanto na capital federal. A cidade é o auge da obra de Oscar Niemeyer, um dos maiores brasileiros da história; pode ser considerada o maior museu do país em área, e fica a céu aberto; é a representação máxima dos ideais da arquitetura modernista no mundo; é uma das três mais belas capitais brasileiras, junto a Salvador e Rio de Janeiro; é a concretização de um sonho urbanístico puro, a partir da terra nua, de uma geração intelectual que propôs um novo modelo de vida em cidade, e que mesmo com os seus erros demonstrados pelo futuro, cumpre permanente o seu papel de alimentar a discussão em torno da questão urbana. Ame ou odeie, ninguém fica imune a Brasília.

A exposição As Construções de Brasília é o mais completo e interessante documento a que já tive acesso sobre a cidade. A mostra entrou em cartaz em 2010 como uma celebração do cinquentenário da cidade, e é dividida em duas partes: a primeira com 140 registros fotográficos da construção da cidade e de seus primeiros anos, além de alguns documentos, obras gráficas e um vídeo; e a segunda com 60 obras de arte moderna e contemporânea inspiradas pela cidade.

A primeira parte da exposição, além de significativamente maior que a segunda, é também muito mais interessante. A curadoria do Instituto Moreira Salles traz excelentes fotografias de três grandes fotógrafos cuja obra integra o acervo do Instituto: Marcel Gautherot, Peter Scheier e Thomaz Farkas. Algumas das fotos expostas são conhecidas por estarem a venda na loja do IMS na Livraria Cultura do Conjunto Nacional em São Paulo, ou por estarem a mostra em livros ou no site do Instituto, mas acredito que nunca em tal quantidade e qualidade curatorial. Dentre os três fotógrafos, o francês Marcel Gautherot é o meu preferido, pelo modo como usa a luz e sombra, e os vazios, deixando ainda mais monumental as obras de Niemeyer, e lhes conferindo nova alma. A arquitetura não é o único tema de Gautherot, Scheier e Farkas, que também fotografaram os candangos, os políticos, os primeiros moradores, a vida da cidade. São impressionantes as fotos da Sacolândia – bairro assim apelidados por suas residências serem barracos construídos com sacos de cimentos vazios -, as primeiras aulas na UNB, e o dia da inauguração da cidade.

A segunda parte da exposição, apesar de não se igualar em qualidade à primeira, é de extrema importância por proporcionar um momento de reflexão crítica após o longo passeio por história, beleza e sonhos. O que pretendia Brasília? O que se tornou? Valeu a pena? Será que é mesmo uma cidade tão diferente da nossa? O que Brasília tem a nos ensinar?

Destaco a vídeo-instalação Futuro do Pretérito de Rubens Mano, que consiste em vídeos de locais da cidade, em geral edificações, feitos em quadros estáticos como fotografias. Há alguns anos atrás presenciei técnica parecida em um trabalho exposto no Museu Nacional, em Brasília. Infelizmente não recordo o nome do artista. À época, a técnica era sabiamente descrita na exposição como videografia, nomenclatura que considero perfeita, uma mistura de vídeo e fotografia. As obras nos apresentam a uma relação de tempo/espaço que confronta a imagem que se tem da cidade no senso-comum de um local de intensa atividade e “corre-corre”. O tempo em Brasília também pode passar devagar, muito devagar. É praticamente uma redescoberta da cidade.

Resta pouco tempo para conferir esa excelente exposição, que fica em cartaz até 30/1 na galeria do Centro Cultural FIESP, na Avenida Paulista, em São Paulo. Infelizmente não é permitido fotografar na galeria, mas caso não possa visitar presencialmente, alguns dos melhores momentos estão registrados na página especial desenvolvida pelo Instituto Moreira Salles em homenagem aos 50 anos da cidade.

E se você odeia Brasília, ou se não tem interesse por arquitetura, ou se ainda não se interessa pela história do Brasil recente, considere essa como uma excelente exposição de fotografia – uma das melhores que presenciei nos últimos tempos.

SP-Arte/Foto 2010 setembro 10, 2010

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Começou ontem e vai até o próximo domingo 12 de setembro a SP-Arte/Foto, versão específica da SP-Arte – maior feira de artes visuais do país – para fotografia. 18 galerias expõe destaques de seus acervos e apresentam suas novidades para os colecionadores.

Mesmo que não haja interesse em adquirir nada, vale a visita pela excelente qualidade geral das obras expostas. Fotografias nas mais variadas técnicas existentes, datando de 1900 a 2010, de autores entre os quais destaco Marina Abramovic, Mário Cravo Neto, Claudia Jaguaribe, Jean Manzon, Voltaire Fraga, Thomaz Farkas, Luzia Simons, entre outros. Também acontecem alguns lançamentos de livros, e a Cia.das Letras está expondo livros de fotografia e arte de seu catálogo com desconto de 20% durante a feira. Destaco o livro do fotógrafo Boris Kossoy, cujo lançamento acontece no sábado e está a venda por R$ 55.

A entrada é gratuita e a feira acontece no 9º andar do Shopping Iguatemi (Av. Faria Lima, 2232) em São Paulo, entre as 16 e 22h na sexta-feira, e 12h às 20h no fim de semana.

*

Paralelo à feira está acontecendo um curso gratuito sobre fotografia no panorama da arte contemporânea, já com inscrições esgotadas. Consegui participar e está sendo excelente. Fica a dica para as próximas edições, siga a SP-Arte no Twitter e fique sabendo antecipadamente da programação cutural da feira.

Fotografia em alta agosto 21, 2010

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A fotografia está em alta no calendário paulistano de exposições, com boas mostras em cartaz, e alguns com encerramento em breve.

O SESC Pinheiros apresenta até amanhã a mostra Fora da Ordem: Fotografias da National Geographic, com 50 fotos realizadas para reportagens da revista, relacionadas a meio ambiente e sustentabilidade. A exposição é organizada em seções (Água, Mudanças Climáticas, Poluição e Alternativas) que privilegiam o seu objetivo de educação ambiental. A visita vale pelas fotografias tecnicamente impecáveis, tocantes, e pela curadoria precisa, sem excessos.

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Foto divulgação: Guilherme Maranhão

No MAM fica em cartaz até 29 de agosto a exposição comemorativa Dez Anos do Clube de Colecionadores de Fotografia, que apresenta todas as 55 fotos selecionadas para o Clube desde sua criação, inclusive em 2010. Ainda não visitei, pretendo passar lá nesse fim de semana, mas recomendo mesmo assim.

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O Centro Cultural São Paulo abriga até 19 de setembro a maior das exposições aqui recomendadas. A E.co – Coletivos Fotográficos Latino-Americanos e Europeus é resultado do Encuentro de Coletivos Fotográficos Euroamericanos, ocorrido em Madrid, em que 20 coletivos de 20 países foram convidados a produzir sobre o tema meio-ambiente. As imagens usam técnicas fotográficas diversas e diferentes tamanhos de ampliação, e o resultado é muito bom. Visitei essa exposição por acaso, estava próximo ao CCSP e resolvi entrar, tive uma bela surpresa. Algumas das fotos exibidas podem ser vistas aqui.

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Foto divulgação: Luiz Hossaka

E o MASP expõe até 3 de outubro a Coleção Pirelli/MASP de Fotografia – 18ª Edição com 70 obras de 20 fotógrafos brasileiros ou radicados no Brasil. A mostra é um recorte da Coleção Pirelli/MASP, que completa 20 anos de existência com um acervo de mais de 1000 fotografias de 300 artistas, e pode ser acessada online aqui.

Zezão – Vari Ações Urbanas agosto 6, 2010

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Como não poderia deixar de ser, o primeiro post oficial do novo lar envolve a Choque Cultural. Minha galeria preferida, responsável pela formação da carreira de tantos bons novos artistas brasileiros, e provavelmente a galeria que mais forma novos públicos para a arte contemporânea brasileira, é também a que melhor retrata a cultura das ruas paulistanas em suas exposições e acervo.

Obra de Zezão em exposição na Choque Cultural

A Choque encerra no próximo dia 7 de agosto, sábado, uma excelente exposição individual de Zezão, um de seus artistas mais conhecidos. Zezão ganhou espaço em noticiários nacionais e internacionais por suas ações de graffiti em galerias de esgoto da cidade de São Paulo. Comecei a acompanhar o seu trabalho através de seu fotolog, o viciopifdst, hoje desativado. Apesar do seu brilhante trabalho de arte urbana, digno de figurar em qualquer grande bienal de artes, confesso que, até agora, o trabalho de galeria de Zezão não me agradava muito. Na minha opinião, o transporte dos flops dos muros para as telas não funcionou bem no início, a arte de Zezão parecia não se adaptar às paredes das galerias e museus. O cenário mudou na exposição agora em cartaz, intitulada Vari Ações Urbanas.

Os seus famosos flops (ou bombs, ou tags, como preferir) azuis encontraram o suporte expositivo ideal ao serem pintados sobre retalhos de madeira e objetos encontrados nas ruas, organizados pelo artista em forma de colagem. Além disso, suas pinturas psicodélicas passam a figurar em largas chapas de aço, suas fotografias estão cada vez melhores, e as experimentações com light painting impressionam.

Logicamente, essa mudança não aconteceu de repente, mas trata-se de um processo de evolução contínua em sua carreira, que eu há tempos não acompanhava. No Flickr do artista é possível fazer uma retrospectiva dos seus trabalhos mais recentes, e entender melhor os caminhos que sua obra tem tomado.

Sei que estou avisando em cima da hora, mas gostei tanto que não queria deixar de comentar, portanto quem não poder conferir ao vivo, veja o ótimo registro da exposiçao feito pelo Lost Art: http://www.lost.art.br/zezao_vari_acoes.htm

*

E no dia 14 de agosto a Choque Cultural promove a abertura de duas novas exposições individuais que também prometem excelência: T.Freak na galeria, e Yumi Takatsuka no acervo. Para quem não conhece, T.Freak, ou Titi Freak como é mais conhecido, é um dos melhores grafiteiros em atividade e um grande pintor, responsável pela produção de belas telas. Yumi é uma artista talentosíssima cujo trabalho tive a oportunidade de conferir uma única vez na exposição Japan Pop Show na Choque Cultural, em 2008, e fiquei maravilhado. Imperdível!

Ferrugem julho 1, 2010

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Tem sido difícil atualizar o blog nos últimos tempos. Estou passando por tantas mudanças na vida pessoal e profissional que pouco tempo sobra para escrever, apesar de não faltarem temas e idéias. Sobre as mudanças, contarei tudo aqui quando for oportuno.

Queria ter falado sobre o poderoso site specific de Carlito Carvalhosa no Palácio da Aclamação,

sobre a intrigante exposição de Miguel Rio Branco na Galeria Paulo Darzé,

mas pelo menos ainda dá tempo de recomendar a sublime exposição de Waltércio Caldas no Palacete das Artes, em cartaz até 15/8.

Daqui a pouco volto com mais.

*A foto que abre esse post foi feita por mim, no feriado de São João em Vitória da Conquista (BA). Fiz algumas dezenas de cliques com minha compacta, enquanto sentia saudade dos meus tempos de reflex.

Descanso = Inspiração.