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Rain Machine em São Paulo abril 25, 2012

Posted by Jan Balanco in Música.
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Poster por Ana Helena Tokutake & Kyp Malone

Acontece nesta quinta 25/4 no Neu Club e domingo 29/4 na Casa do Mancha os recomendadíssimos shows do Rain Machine em São Paulo. Quem?

A primeira vez que ouvi falar do Rain Machine, se minha memória não estiver falhando como de costume, foi num e-mail que recebi da Insound em 2009 anunciando o lançamento do primeiro – e único até agora – disco, homônimo. A loja me recomendava a compra do disco porque eu havia comprado no passado discos do TV on the Radio, e o Rain Machine é um projeto paralelo de Kyp Malone, guitarrista dessa maravilhosa banda do Brooklyn. Fazendo um resumo bem superficial e prático, podemos dizer que o som do Rain Machine é como uma versão lo-fi e mais experimental do TOTR. Então, se você gosta de TV on the Radio, a chance de se interessar pelo Rain Machine é muito grande.

Se você, assim como eu, não conseguiu assistir os shows que o TV on the Radio fez em São Paulo por não ser popular o suficiente para ter ganho convites para a festa fechada no Cine Jóia, ou não comprou ingressos para o Lollapalooza Brasil devido aos preços abusivos praticados pelos organizadores, não precisa mais se contentar em pensar que o som do Jóia estava ruim, e que no Lollapalooza a apresentação ficou deslocada no palco enorme. Agora dá pra compensar com dois shows do Rain Machine a preços módicos nos lugares mais legais da cidade

Melhores Discos de 2011 janeiro 25, 2012

Posted by Jan Balanco in Música.
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Certa vez um amigo escreveu em seu blog que as pessoas parassem de publicar listas de melhores do ano pois ninguém queria saber delas. Concordo plenamente. Com tantas listas feitas pelas mais diversas publicações mundo afora de novembro a fevereiro, ainda temos que ler a opinião dos amigos, colegas e vizinhos? Discordo plenamente. Graças a esse frenesi provocado pelas listas, não há momento no ano em que eu ouça mais música, pesquise e discuta sobre. E por isso eu não vou deixar de publicar a minha.

Em geral as listas de melhores sempre geram muita discussão, do tipo “Como não colocaram o disco X nessa lista?”. Isso acontece porque ninguém explicita os critérios utilizados na seleção. Por exemplo, sempre uma publicação inglesa privilegiará bandas inglesas, sempre uma publicação americana privilegiará bandas americanas, e não acho que propositadamente, mas porque é natural que ouçam mais música feita eu seu próprio país, e se identifiquem mais com esta. A lógica vale para as listas de jornalistas independentes e blogs mundo afora, em que num olhar mais atento é possível decifrar que a audição daquela pessoa durante o ano foi guiada por determinados selos, uma loja específica onde ela compra discos regularmente, ou um círculo de amizades característico. Todos estão sujeitos a esse tipo de influência, só que não o assumem publicamente ou não se dão conta do fato.

No meu caso, alguém mais entendido que observar a lista abaixo pode decifrar que sou um seguidor dos selos Sub Pop, Matador e Merge, e também que sou cliente da Insound – não tenho nenhum problema em “revelar” minhas fontes ou meus gostos. E por aí já é possível entender outra característica da minha lista, que é ser predominantemente indie, e praticamente não fazer concessões a grandes artistas, simplesmente porque na minha opinião a música que realmente interessa não costuma vir dessas figuras. Outro amigo comentava no fim do ano que qualquer lista que colocasse o “Angles” do Strokes entre os melhores era uma lista preguiçosa. Entendo o ponto de vista dele, e acredito que uma lista em que predominam medalhões não deve ser levada a sério pois não houve pesquisa em seu desenvolvimento. Por outro lado, obras muito boas não podem ser descartadas só por serem produção de grandes nomes. Em particular achei o “Angles” um ótimo disco, mas que muita gente resolveu criticar, afinal, a grande moda no mundo da música em 2011 foi falar mal do Strokes. Todo mundo resolveu cuspir no prato que comeu, e quem mais cuspisse ganhava mais pontos no ranking dos sabichões, mas na hora de assistir o show deles no Planeta Terra, estavam todos se estapeando por um ingresso… mas isso já é outro assunto. O mesmo vale para outros gêneros musicais, acho muito difícil classificar diferentes gêneros entre si, então prefiro fazer uma coisa só, dedicada, do que uma mistura de gêneros que não faça sentido. Mas as exceções sempre podem existir.

Outra característica de minha lista é que só classifico álbuns. EPs, coletâneas e discos ao vivos só entram na lista se forem absurdamente excepcionais. E só listo discos muito bons. Ou seja, discos que sejam perenes, que possam ser ouvidos daqui a 10 anos e continuem sendo grandes obras. Discos apenas “legais” ou “divertidos” não tem vez na minha lista principal. Prefiro fazer uma lista com poucos discos – ou não fazer lista nenhuma – do que fazer uma lista com critérios fracos. Isso também vale para os discos brasileiros, evito colocar algum nacional só para constar. Se houver internacionais melhores, os brasileiros ficam todos de fora, paciência. O meu interesse é pelo que vai ficar, não pelo que vai passar.

Eis os melhores disco do ano de 2011:

1. Fleet Foxes – Helplessness Blues

2011 foi um ano de muitos discos excelentes, infinitamente superior a 2010 no quesito música. Definir os 10 melhores discos do ano, principalmente os 5 primeiros, foi uma tarefa dificílima. Ouvi os melhores discos diversas vezes, fiz e refiz a lista, mas o primeiro lugar da lista, por mais que eu repensasse, sempre concluía que pertencia ao “Helplessness Blues”. Não há muito o que falar, é exatamente o esperávamos do Fleet Foxes, um segundo disco melhor, mais profundo e mais maduro que o debute “Fleet Foxes” de . Superior ao já excelente debute de 2008, “Helplessness Blues” foi um disco relativamente subestimado e que infelizmente não recebeu toda a atenção merecida. O escutei por inteiro mais de uma dezena de vezes e continua me surpreendendo a cada audição. Um disco para toda vida.

2. Girls – Father, Son, Holy Ghost!

O primeiro disco do Girls, “Album”, não me agradou muito. Ouvi diversas vezes mas não funcionou comigo. Por isso nem ia escutar o “Father, Son, Holy Ghost!”, mas com tantos elogios por aí resolvi dar uma chance e foi uma das grandes surpresas de 2011. Um disco simplesmente excelente e indispensável, uma verdadeira obra-prima que transita de maneira impecável por vários subgêneros do rock. Mal acredito que ele está apenas em segundo lugar nessa lista. Simplesmente brilhante e indispensável.

3. Fucked Up – David Comes to Life

O grande problema do hardcore enquanto gênero musical é a repetição. Décadas se passaram e tudo continua do mesmo jeito, como se nada houvesse acontecido. A linha evolutiva do hardcore é uma reta, horizontal, composta por centenas de bandas iguais. Não que os gêneros precisem se reinventar, longe disso, mas neste caso, devido à histórica opção de priorizar a utilização da música enquanto meio de comunicação política e não enquanto meio de expressão artística, a música fica estagnada. O Fucked Up anda na contramão disso tudo, e alarga as fronteiras do hardcore experimentando principalmente com indie rock, e também com punk rock, post-hardcore, post-punk, e psicodelia. Se existe algo provocador na arte, é provocar um gênero por si só já estabelecido como provocador. Em “David Come to Life” a banda ousa a ponto de compor uma opera-rock hardcore, narrando a história do personagem David Eliade desde o seu nascimento. Mas, apesar de ser uma história cronologicamente linear, as 18 músicas que compõem os 78 minutos desse álbum duplo versam quase que em sua totalidade sobre o relacionamento amoroso entre David e Veronica, do momento em que se conhecem na fábrica de lâmpadas em que trabalhavam (daí a capa do disco ser duas lâmpadas juntas em forma de coração), até a separação e posterior não-superação do término, o que David remoe até o fim da vida, até as cortinas se fecharem e as luzes se acenderem. Seria então o amor a parte mais importante da vida?

4. M83 – Hurry Up, We’re Dreaming

É raro encontrar grandes álbuns de música eletrônica. Isso porque é um gênero em que seus criadores em sua maioria são DJs e sua obra é focada na produção de dance tracks e remixes, e não na produção de álbuns. Claro que faço aqui uma generalização de uma cena muito maior, a qual não domino, e avalio como um ouvinte de música pop. Mas todo ano surge pelo menos um grande álbum em que predomina a música eletrônica, tendo como exemplo em anos recentes discos de Hot Chip, Justice, e acima de tudo, LCD Soundsystem. 2011 não foi exceção, e o disco eletrônico do ano foi a obra-prima “Hurry Up, We’re Dreaming” do desconhecido francês M83. O álbum duplo é construído como uma colagem de diversas músicas que, se podem aparentemente não demonstrar relação direta entre si, em conjunto são indispensáveis umas às outras e à unidade do álbum enquanto obra. Li em algum lugar que o disco foi inspirado pelo “Mellon Collie and the Infinite Sadness”, álbum duplo de 1995 do Smashing Pumpkins. Não sei se é verdade, mas faz todo o sentido, e ouvi-lo dessa forma o faz parecer uma bela homenagem. Construído como um grande disco pop, abarca influências das três décadas anteriores da música, de Talking Heads a Animal Collective, de maneira magistral.

5. Foo Fighters – Wasting Light

Tenho um grande preconceito com o Foo Fighters por achar que se tornou uma banda pop demais, trazendo para sua música aquela incômoda sonoridade radiofônica que, se em muito agrada o ouvinte comum, a mim provoca náuseas. Mas muita gente elogiou e eu resolvi ouvir. Odiei o disco na primeira audição, achei uma porcaria, e o abandonei. Até que no fim de 2011, enquanto estudava para elaborar essa lista, achei que não seria justo descartar o disco sem mais uma audição, e fui fisgado. Foi o disco certo na hora certa. “Wasting Light” é uma compilação de grandes músicas e não deve passar batido em suas audições, especialmente a seqüência que encerra o álbum com as faixas “I Should Have Know” e “Walk”. O Foo Fighters subiu em meu conceito. Em tempo, uma das coisas mais bacanas que aconteceram na música em 2011 foi o Foo Fighters ter escalado o Fucked Up como banda de abertura em seus shows em estádios na Austrália. Fantástico!

6. PJ Harvey – Let England Shake

PJ Harvey é uma daquelas artistas que eu sei que tem uma importante obra mas que por algum motivo eu nunca dei atenção. É um caso que demonstra a importância das listas de melhores do ano. Se este disco não estivesse figurando em várias listas, provavelmente eu não teria sabido que PJ Harvey havia lançado um novo álbum, não teria me interessado, e mais um ano se passaria sem que eu lhe desse a atenção que merece. “Let England Shake” é um álbum conceitual que tem como tema a Inglaterra, sua terra natal. São 12 hinos que versam sobre a guerra, e os sentimentos por ela provocados. Saudade, tristeza, solidão, arrependimento e pequenas alegrias vivenciadas nos são contadas por soldados ingleses sonhando com a volta para casa, ou um narrador em terceira pessoa. Gostaria de ter mais o que falar sobre esse disco, mas como humildemente assumi algumas linhas atrás, sou um iniciante na obra de PJ Harvey. Fica o convite a essa descoberta.

7. Arctic Monkeys – Suck It and See

Quem diria que aquela bandinha inglesa predestinada a “salvar o rock” em 2005 iria durar mais de um verão, e se tornar uma fábrica de ótimos discos? Desde o seu primeiro álbum, “Whatever People Say I Am, That´s What I´m Not (2006), o Arctic Monkeys segue uma evolução gradual e natural, gravando discos cada vez melhores, amadurecendo, e se distanciando da obrigação de ficar bem na pista de dança. Alex Turner se revelou um grande compositor, fato duplamente provado em 2011 com o lançamento do EP solo “Submarine”, que indico logo abaixo. Perca o preconceito que te faz encaixar o Arctic Monkeys na lista de bandas adolescentes e ouça uma das bandas mais interessantes dos anos 2000 adentrar a década de 2010 com mais um álbum para ficar na história.

8. My Morning Jacket – Circuital

Não dá pra negar que o disco anterior do My Morning Jacket, “Evil Urges”, de 2008, foi um disco muito estranho. Seguiu a linha de inovação iniciada em “Z” (2005) e a levou por caminhos além do devido, passando do ponto, criando um álbum ótimo mas que quando analisado dentro da brilhante discografia da banda, não parece mais tão bom assim. Em seu novo disco, “Circuital”, a banda olha para trás, para época em que eram claramente discípulos de Neil Young, ao mesmo tempo em que seguem o caminho aberto por “Z”, experimentando e propondo novas sonoridades à sua música, às vezes até de modo mais ousado que em “Evil Urges”, mas dessa dessa vez acertando na medida. É um disco em todos os aspectos mais maduro, e que nos faz crer que o My Morning Jacket pode enfim ter encontrado unidade em seu som. Pelo menos até o seu próximo disco.

9. Lê Almeida – Mono Maçã

Estava no trabalho quando falei que minha lista de melhores do ano não teria nenhum disco brasileiro. Meus colegas me criticaram, e resolvi pesquisar mais. Lembrei desse disco que um amigo havia me passado por e-mail, eu baixei mas não ouvi. O fiz em dezembro, e me surpreendi muito. Lê Almeida, assim como eu, é um grande fã do Guided by Voices. Mas do que eu havia escutado dele anteriormente, me parecia sofrer de um problema que afeta algumas bandas brasileiras que exageram no uso do rótulo lo-fi. Explico melhor: Quando Guided by Voices, Pavement, e outras bandas dos anos 1990 gravaram seus maravilhosos discos com equipamento precário em porões, não o fizeram por opção estética, mas por falta de recursos. O “movimento” lo-fi não existiu, nem nunca quis ser um sub-genêro indie, foi algo que simplesmente aconteceu. Mas alguns artistas hoje insistem em emular aquela sonoridade, muitas vezes de maneira forçada, pois tenha certeza que se aquelas bandas surgissem hoje elas estariam gravando em computadores domésticos, e não em fitas cassete. E, geralmente, quando as citadas bandas brasileiras optam por tal radicalismo estético o colocam como fim, deixando para segundo plano a qualidade da obra. Se em algum momento Lê Almeida fez parte desse grupo, ele o superou em “Mono Maçã”, e marcou seu lugar na história da música brasileira com um disco excelente, um dos melhores que ouvi em 2011. Um álbum maravilhoso, que pouca gente vai escutar ou entender. Eu virei fã, não vejo a hora de ter uma grana sobrando para comprar o LP original e ficar ouvindo até o fim dos meus dias.

10. Yuck – Yuck

Pode se dizer que o Yuck é um equivalente gringo a Lê Almeida quando o assunto é se apropriar de sonoridade da década de 1990 e redescobri-las em novas composições na década de 2010. A diferença é que enquanto o brasileiro atualiza o lo-fi, os americanos revivem o indie rock e o shoegaze. A precisão do Yuck em emular o som de suas referências é tamanha que inicialmente pode parecer um pastiche. As músicas vão rolando e a cada novo trecho é acompanhado de uma sensação de deja vu: Built to Spill? Sonic Youth? Teenage Fanclub? Quando ouvi pela primeira vez, por indicação de uma amiga, adorei, como ela preveu que fosse acontecer, afinal tudo que eu mais gosto de escutar estava presente no disco. Mas logo comecei a achar que apesar de muito bom, era uma banda sem personalidade que não iria pra frente. Mas esse desprezo durou pouco tempo, voltei a escutar o disco e confirmei que o Yuck é uma banda excelente, e esse foi o disco de 2011 que mais ouvi em 2011. Uma grande estréia, que nos deixa ansiosíssimos esperando o que nos reserva o Yuck nos próximos anos.

Outros 15 grandes álbuns

2011 foi bom demais, então seguem mais 15 discos que marcaram esse ano e ninguém deveria deixar de ouvir:

  • Alex Turner – Submarine (EP)
  • Beastie Boys – Hot Sauce Committee Part 2
  • Bixiga70 – Bixiga70
  • Black Lips – Arabia Mountain
  • Bon Iver – Bon Iver
  • Bright Eyes – The People’s Key
  • Fabio Góes – O Destino Vestido de Noiva
  • Kurt Ville – Smoke Ring For My Halo
  • Low – C’mon
  • Mallu Magalhães – Pitanga
  • Real Estate – Days
  • Lifeguards – Waving at the Astronauts
  • The Rural Alberta Advantage – Departing
  • The Strokes – Angles
  • TV on the Radio – Nine Types of Light

5 discos muito bons, apenas

Aqui listo alguns discos de que gosto muito, mas que não reúnem qualidades suficientes para figurar numa lista de melhores. São, principalmente, garantia de bons momentos de diversão, pode carregar no seu MP3 player sem medo de ser feliz:

  • Beach Fossils – What a Pleasure (EP)
  • The Pains of Being Pure at Heart – Belong
  • Stephen Malkmus and the Jicks – Mirror Traffic
  • Telekinesis – 12 Desperate Lines
  • Times New Viking – Dancer Equired

O que eu não escutei ainda, ou ainda não escutei direito

Se tem algo que ninguém faz ao compilar uma lista de melhores do ano, além de explicitar os critérios usados na seleção, é assumir que não escutou todos os discos que gostaria de ter ouvido. Estou há muitos dias tentando publicar esta minha lista, mas sempre atrasava o fechamento para poder ouvir só mais um. Chegou num ponto que desisti, e para compensar, antes que alguém grite que faltou algo, tem esses aí embaixo que acredito que vou gostar muito quando conseguir escutar melhor, e que poderiam, talvez, estar nas listas lá de cima:

  • Cícero – Canções de Apartamento
  • The Decemberists – The King is Dead
  • Gal Costa – Recanto
  • Panda Bear – Tomboy
  • tUnE-yArDs – who kill
  • Vanguart – Boa Parte de Mim vai Embora

Todos os demais, se não estão por aqui é porque não achei tão bons assim, ou simplesmente não me interessaram. Que a música em 2012 siga a boa trilha de 2011!

Gang of Four grátis hoje em São Paulo maio 29, 2011

Posted by Jan Balanco in Música.
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Aos desavisados de plantão, uma notícia de última hora: Hoje, às 18h30 no Parque Independência, tem show do Gang of Four com entrada gratuita. O show acontece dentro do evento Música no Parque, que é parte da programação do 15º Festival Cultura Inglesa. Entre as atrações britânicas, apresentam-se ainda Miles Kane e Blood Red Shoes. E entre as brasileiras, Mockers tocando Beatles, Cachorro Grande tocando The Who, e algumas bandas de alunos da escola de inglês.

Se você acha que o Gang of Four atualmente deve ser uma trupe de velinhos que vai conseguir dar conta do recado, sugiro que ouça o álbum Return the Gift, em que eles regravaram suas músicas antigas nos dias atuais. Ou apenas assista esse vídeo aqui, de uma apresentação deles neste ano na Austrália (com backing vocals da banda chinesa Re-TROS):

Como se o Gang of Four não fosse motivo suficiente, o festival ainda tem lugar em uma das mais belas áreas verdes de São Paulo, com singulares jardins franceses, o Parque Independência, popularmente conhecido como Parque do Ipiranga. Se você não conhece, o local é mais ou menos assim:

Puro amor no seu coração maio 13, 2011

Posted by Jan Balanco in Música.
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Não, eu não levei a câmera. Não, meu celular não faz boas fotos, desculpem.

Eu nem planejava escrever sobre o show do Teenage Fanclub em São Paulo, mas como eu não consigo parar de pensar em outra coisa desde que voltei pra casa na madrugada de quarta para quinta-feira, decidi que precisava deixar ao menos um pequeno registro.

Foi simplesmente a melhor noite de 2011 até agora, porque:
– Show excelente, com repertório ótimo
– Ingresso “barato”
– Local perfeito, com estrtura incrível e acesso fácil
– Som quase perfeito, nota 9
– Whisky 12 anos, água e chocolate grátis

Ah, se todo show de rock fosse assim!

O show aconteceu dentro da programação do Whisky Festival, um evento realizado por uma importadora de bebidas para divulgar seus produtos. O local escolhido foi o The Week, um clube noturno de alto padrão no bairro da Água Branca, em São Paulo, com programação usualmente voltada para música eletrônica comercial. Não sou um conhecedor desse tipo de ambiente, e pra mim foi de longe a melhor casa noturna que já visitei, perfeita para shows de médio porte. Limpa, organizada, ampla, com boa circulação e estrutura bem nova. De acesso muito fácil, cheguei lá de ônibus e gastei apenas 18 minutos saindo da Av.Paulista. Na entrada cada pessoa ganhava uma ficha com direito a 1 dose de whisky que podia ser escolhida em uma carta com 8 tipos diferentes, de 8 a 12 anos. Além disso havia chocolate e água distribuídos à vontade.  Muito conforto. Agora lembre do último festival ou show internacional que tenha ido: A dificuldade em chegar até o local do show, as centenas de metros que precisou percorrer para usar um banheiro químico imundo e com fila, o aperto pelo excesso de pessoas, a grande quantidade de gente desinteressada conversando e atualizando as redes sociais ao seu lado por não saber o que estão fazendo ali, a produção despreparada, as bebidas com preço abusivos, o inferno para conseguir transporte na saída… Sinceramente, eu não gosto disso, me desculpe mas eu prefiro o conforto de uma “boate de playboy” para assistir a bons shows.

Sim, isso é uma foto de alguém fazendo stage diving.

Confesso que não sou um grande fã ou conhecedor do Teenage Fanclub. Se têm uma dezena de álbuns, conheço apenas três, Bandwagonesque (1991), Thirtheen (1993) e Grand Prix (1995), o suficiente para eu gostar muito da banda. O repertório do show aparentemente circulou por toda a carreira da banda, com maior destaque para o último álbum Shadows (2010). Os músicos têm execução perfeita, cantam muito bem, mas o importante mesmo é que as músicas são maravilhosas, o que provoca uma justa adoração do público, e o que fez a noite ser mágica. Para encerrar, vou citar apenas um fato, que diz muito sobre o quão bom foi a noite: Rolou STAGE DIVING. Juro! Há quantos anos que não presencio isso? Uns 10, talvez? E num show que a faixa etária do público girava em torno dos 30 anos! E não foi uma vez, foram várias vezes. Foi como estar de volta aos anos 90, só que agora estamos mais para tiozinhos do que para teenagers… mas continuamos um apaixonado fã-clube adolescente.

O Vaccines é uma merda. Longa vida ao Vaccines. maio 6, 2011

Posted by Jan Balanco in Música.
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Já vai completar um par de meses desde o vazamento do primeiro álbum dos ingleses The Vaccines, mais conhecidos como a-banda-que vai-salvar-o-rock-em-2011, “What did you expect from The Vaccines?”. Eu esperava mais. Sendo bem sincero, o disco do Vaccines é muito ruim. Músicas toscas, mal gravado, a linha vocal parece que o cantor está “lendo” a música na mão, e o hit “Post Break-Up Sex” tem a pior letra que vi nos últimos tempos. Em diversos momentos lembra uma banda de adolescentes tocando no festival do colégio. Mas quanto mais ouço, mais gosto.

Mas as minhas impressões do Vaccines lembram muito o que eu achei do Arctic Monkeys quando eles surgiram em 2006. O tempo passou e o Arctic Monkeys se tornou uma grande banda, com uma discografia memorável, e arrisco dizer que o Vaccines deve seguir trajetória similar. Mesmo com todos os defeitos, as músicas do Vaccines fixam na memória, e não houve uma vez que ouvisse o disco que não saísse cantarolando as músicas sozinho ao fim da audição. Elas crescem com o tempo e vão se revelando maiores do que aparentam ser. Há verdade nesses fonogramas, e isso é uma coisa cada vez mais rara de se encontrar.

Se você ainda não ouviu Vaccines, não desista na primeira audição, eles ainda vão fazer parte de sua vida em 2011.

PS: The Vaccines é uma das primeiras bandas anunciadas para o Planeta Terra Festival 2011, que acontece dia 5 de novembro em São Paulo.

Juliet, Naked abril 26, 2011

Posted by Jan Balanco in Livros e HQs.
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Escrever sobre meu planejamento anual de leituras, me fez lembrar de Juliet, Naked (no Brasil, Juliet, Nua e Crua) de Nick Hornby, o único livro de ficção que li em 2010. Ganhei de uma grande amiga como presente de aniversário, acho que logo após o lançamento do livro no Brasil, devorei rapidamente, e a escrevi um e-mail de agradecimento que bem podia ter sido uma carta, mas aqui vai virar resenha.


from: Jan Balanco
to: Tiana Duarte
date: Tue, Jun 1, 2010 at 12:22 AM
subject: Obrigado pelo presente
mailed-by: gmail.com

Ti,

Terminei agora de ler o livro que me deu de presente. Tudo em dois dias, metade ontem e metade hoje. Adorei.

Fico pensando se você já o havia lido antes e concluiu que tinha a ver comigo, ou se a assinatura de Nick Hornby foi suficiente para escolher o presente. A segunda opção já teria sido mais que suficiente, masExpand a verdade é que uma leitura prazerosa como essa era tudo o que eu buscava no momento. Minha estante de livros não-lidos é recheada por obras que se passam em períodos históricos antigos demais, escritas por autores que já morreram, guardadas em exemplares empoeirados que me fazem espirrar, com conteúdo denso demais para ler antes de dormir, ou qualquer outro fator desestimulante demais para alguém que volta para casa cansado do trabalho.

Mais importante que isso, me identifico com um monte de temas tratados no livro: Casamento, infidelidade, separação, paternidade, família… e por outro lado fanatismo, crítica de arte, e até museologia. Me fez pensar minha vida passada, presente e futura. Ainda não sei se foi proposital, mas alguns desses temas remetem diretamente ao momento em que me encontro na minha vida pessoal, “rumo ao altar”.

Esse é o terceiro livro de Hornby que eu leio e sempre ao terminar a sensação é a mesma: Legal, mas não genial; ótimo, mas não excelente. Talvez eu tenha esse tempo todo buscado nele fatores que fizeram de outros autores gênios em outras épocas, como uma construção narrativa surpreendente ou uma história atemporal, e nunca me ative ao fato de que ele ser um impressionante cronista de nossa época seja o que o eleva a posição de genial. Me enxerguei em Duncan, em Annie, em Tucker e Grace. Vi em Jackson, Gina, Natalie e Terry o reflexo de pessoas ao meu redor. Quantos escritores são capazes de nos proporcionar isso?

* * *

Ao ler sobre Tucker Crowe pensei o tempo todo em Jeff Buckley. Acho que essa poderia ser a história dele – não que eu desejasse isso para ele se estivesse vivo, claro.

E a obsessão de Duncan por Crowe, claro que me fez pensar o tempo todo pela minha obsessão por Robert Pollard, em como é irracional e difícil de explicar, é como se houvesse uma conexão tal qual Annie descreve, e acho suficiente para justificar o fanatismo. Mas gosto da idéia de me dispor a uma releitura da obra do Guided by Voices usando da razão, apesar de saber que terei muita dificuldade em desplugar os conectores após qualquer disco deles começar a girar aqui em casa. A emoção é muito forte.

* * *

Depois me empreste os outros livros de Hornby, de preferência em inglês, a menos que as outras edições brasileiras não sejam como essa da Rocco, que contém falhas na tradução e faltam palavras em algumas partes do livro (você percebeu também?)… mas que em nada atrapalhou essa maravilhosa experiência de leitura.

Beijos,

Jan

PS: Qual Duncan sobre Juliet, Naked, escrevi no calor do momento. Posso me arrepender de algumas coisas depois (rs).

+

PS 2011: Não me arrependi de nada do que escrevi.

Pre-order TV On the Radio “Nine Types of Light” fevereiro 28, 2011

Posted by Jan Balanco in Música.
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Capa de “Nine Types of Light”

Entrou em pre-order hoje em nossa querida Insound o novo disco do TV On the Radio, “Nine Types of Light”, a ser lançado em 12 de abril. Uma das melhores bandas surgidas na década passada, e uma das poucas em atividade atualmente em que podemos arriscar comprar um disco sem tê-lo ouvido ainda, com a certeza de que será um bom disco. Compre aqui, em vinil, CD, ou Deluxe CD com 3 faixas bônus. O primeiro single, “Will Do”, pode ser ouvido abaixo.

Aproveitando o embalo já coloque no carrinho o aguardadíssimo novo disco do Strokes, “Angles”, a ser lançado em 22 de março.

PS: Segue um código para desconto nos comentários.

Eu, o LCD Soundsystem, e os últimos shows no Brasil fevereiro 23, 2011

Posted by Jan Balanco in Música.
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I was there.

Comecei a ouvir LCD Soundsystem entre 2002 e 2003, com os singles “Losing My Edge” e “Yeah”. O primeiro álbum demoraria a chegar (2005) e eu ia caçando tudo que fosse possível via Soulseek. Lembro que me tornei fã desde a primeira audição, e que não encontrava ninguém em Salvador para compartilhar do mesmo sentimento. Só em 2004 os ouvi pela primeira vez na pista, em um set do visionário djgo na saudosa Miss Modular. No ano seguinte comecei a Nave na mesma Miss Modular e começamos a propagar as músicas e remixes do LCD Soundsystem e outros artistas da DFA Records em nossas  discotecagens e mixtapes.

Desde então se apresentaram ao vivo no Brasil em três ocasiões, que não priorizei nas minhas várias viagens SSA-SP principalmente por não acreditar no potencial da banda ao vivo. Não sou muito chegado a pesquisar vídeos das bandas que gosto, e na minha imaginação as apresentações do LCD Soundsystem estariam mais para DJ sets que shows. Ledo engano, amigos conferiram o show de 2007 no Via Funchal e voltaram impressionados… Imediatamente coloquei a banda na lista de shows que gostaria de assistir.

Já morando em São Paulo, eis que o grande momento chega, mas estou desempregado e optei por não comprar ingressos e aguardar um novo show no futuro. Em 2010 James Murphy anunciou que o LCD Soundsystem ia acabar, mas como nada aconteceu depois, não acreditei. Com o recente anúncio dos últimos shows da história da banda, a acontecer nos próximos meses nos Estados Unidos, fiquei desesperado: Sem poder arcar com o custo das entradas, me inscrevi em quase 10 promoções, e como milagre consegui ganhar!

O show em São Paulo aconteceu no festival duplo Popload Gig/No Mondays!, na Warehouse, um anexo do clube Pacha, na inóspita vizinhança do CEAGESP. Nos atrasamos bastante para sair de casa e só chegamos ao local faltando 30 minutos para o início do show, que por sorte estava atrasado. Não deu tempo de ver nenhuma outra atração, apenas o LCD Soundsystem. Pra que mais que isso?

O show começou com as duas primeiras faixas do último disco, a ótima “Dance Yrself Clean” e a dispensável “Drunk Girls”. Seguiram-se cerca de 1h40 de show, com repertório bem distribuído entre os três álbuns da banda e os singles pré-2005. Foi inacreditável ver ao vivo “Get Innocuous!”, “All My Friends”, “Tribulations”, “Someone Geat”, “Losing My Edge”, e principalmente “Yeah”, a minha preferida e que considero uma das melhores músicas de toda a década 00. Em alguns momentos não conseguia dançar, apenas admirar a excelência da performance da banda. Sete músicos no palco, bateria, percussão, teclado, sintetizador, guitarra, baixo, microfone, em raros momentos na história a fusão de música de guitarras e música eletrônica foi tão natural a ponto de ser revolucionária. Em um festival ou em um teatro, a apresentação seria igualmente fantástica. Ao fim do show não senti falta de nada, o repertório foi perfeito. Só dias depois comecei a perceber a ausência de “Beat Connection”, “Watch the Tapes”, “Sound of Silver”… mas realmente não chega a ser algo que diminua a grandeza do momento, que entrou no meu top 5 de melhores shows que já vi na vida.

Lamento muito por quem não teve a oportunidade de ver o LCD Soundsystem ao vivo alguma vez. Ou por quem não conhecia no mínimo todas as músicas tocadas no show, ficou batendo papo, atualizando as redes sociais, etc. Ou por quem não acompanhou passo a passo essa revolução durante os anos 2000. Onde estava que deixou tudo isso passar?

O melhor fim de semana de 2010 novembro 18, 2010

Posted by Jan Balanco in Música.
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Começa hoje o melhor fim de semana do ano!

Sexta 19/11: Pelvs (RJ) e Fotograma (SP) na Livraria da Esquina

Sábado 20/11: Smashing Pumpkins, Pavement, Phoenix, etc no Planeta Terra

Domingo 21/11: Paul McCartney no Morumbi

 

A gente se vê na segunda-feira!

Messias em show gratuito agosto 27, 2010

Posted by Jan Balanco in Música.
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Foto: Ricardo Sans

Hoje Salvador tem mais uma oportunidade para conferir o show de Messias, às 21h na Praça Thereza Batista no Pelourinho, com entrada gratuita. Como já disse aqui antes, Messias lançou em 2010 um grande disco, Escrever-me, Envelhecer-me, Esquecer-me, e suas músicas merecem ser ouvidas. Ao vivo Messias ainda não conseguiu igualar a excelência alcançada no disco gravado, o que é natural para uma banda que, apesar de formada por músicos muito experientes, fez apenas quatro shows até agora. Mas a evolução tem sido rápida e a banda está quase lá. Sem dúvida um show imperdível para quem estiver hoje à noite em Salvador.

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E no dia 10 de setembro a brincando de deus faz mais um show de retorno em Salvador, dessa vez no Groove Bar, na Barra, à partir das 22h e com ingressos entre 15 e 25 reais. A discotecagem ficará a cargo do residente DJ Pinguim, e das duplas Franchico X BigBross e Brahmz X Bazarov. Imperdível também!

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Em breve São Paulo deve conferir novamente os shows de Messias e brincando de deus, em datas e local ainda a definir. Aguardemos.