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Woody Allen “Meia-Noite em Paris” julho 6, 2011

Posted by Jan Balanco in Audiovisual.
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Uma grata surpresa que 2011 nos trouxe foi o ótimo Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011) de Woody Allen. Assisti o filme em sua semana de estréia, mais precisamente em uma última sessão de segunda-feira, às 21h50, numa sala de cinema quase cheia. Se a boa quantidade de público já parecia algo incomum, ao final, parte do público aplaudiu o filme, e quase sua totalidade só deixou a sala após a o fim da exibição dos créditos. Cena que só costumamos ver em festivais.

Meia-Noite em Paris é uma comédia que, obviamente, se passa em Paris, seguindo linha recente do diretor de ambientar seus filmes em capitais européias (Londres e Barcelona antecederam). O trailer e sinopse oficiais não fornecem praticamente nenhuma informação sobre a trama, uma comédia (alguns diriam comédia romântica), cuja graça está justamente na série de inesperadas situações que acontecem com o seu protagonista. Por isso, caso ainda não tenho visto o filme, fuja de resenhas e críticas que forneçam informações demais sobre o mesmo pois o fator surpresa aqui é essencial.

É difícil recomendar um filme quando não se pode minimamente conta-lo, mas digo que se você gosta de Woody Allen, você vai gostar desse filme. E mais importante ainda, se você se interessa pela arte da primeira metade do século XX, seus autores, pintores e cineastas, garanto que você vai gostar muito desse filme. Comparando aos seus filmes mais recentes, combina a visão romantizada da Europa pelos americanos presente em Vicky Christina Barcelona (2008), o charme frio de O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream, 2007) e Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger, 2010), com o humor ranzinza de Tudo Pode dar Certo (Whatever Works, 2009) – esse último aliás devia entrar na lista de filmes mais hilariantes de toda a história do cinema.

É confortante saber que temos diretores em atuação cujos filmes novos é sempre garantia de bom cinema. Clint Eastwood, Sofia Coppola, Quentin Tarantino, Martin Scorsese, Gus Van Sant, Joel Coen e Woody Allen são alguns desses poucos. Nessa pequena lista, Woody Allen é o mais ativo apesar de ser um dos mais velhos, e mesmo com uma prolífica produção cinematográfica, não há como assistir um filme de Woody Allen e se arrepender depois.

Sucesso de bilheteria

Meia-Noite em Paris foi a maior estréia de Woody Allen no Brasil, com 98 cópias, e tambem a melhor, com R$ 126 mil em ingressos no fim de semana de estréia. O sucesso se manteve nas semanas seguintes, e ao invés de diminuir o número de cópias em cartaz como é costume, o mesmo foi ampliado.

Nos Estados Unidos, o filme estreou em 6 salas em 25/5 e com um mês de exibição já estava em exibição em 954 salas. É a quinta maior bilheteria total de Woody Allen nos EUA desde Hanna e suas Irmãs, de 1986 (US$ 40 mi). A expectativa agora é ver até onde vai o desempenho do filme, sendo que a frente dele temos Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977, US$ 39,2 mi) e Manhattan (1979, US$ 39,9 mi). Infelizmente nunca teremos certeza absoluta de seu lugar histórico mundialmente, uma vez que os seus filmes mais antigos só tem registros de bilheteria nos EUA. Mas considerando que nos anos 2000 a participação de países “estrangeiros” na bilheteria mundial de seus filmes tem média superior a 70%, o fillme tem potencial para superar o seu maior sucesso recente, Vicky Christina Barcelona, que acumulou US$ 96,4 mi mundialmente*

O filme foi ainda a melhor estréia da distribuidora Sony Picture Classics nos EUA, superando Abraços Partidos, e promete superar também a sua segunda maior bilheteria total, o filme Capote. Porém não deve bater O Tigre e o Dragão, maior sucesso da distribuidora.

* Dados do Box Office Mojo

Feira Fotografar 2011 e EBEFI abril 18, 2011

Posted by Jan Balanco in Artes Visuais.
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As velhas rivais Fujifilm e Kodak na Feira Fotografar 2011

Aconteceu de 12 a 14 de abril a edição 2011 da Feira Fotografar. Em seu 5º ano de realização, a feira ocupou dois andares do Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e ainda o teatro principal do shopping e sua área de convivência. Sou bem interessado em fotografia, tendo começado a fotografar com câmeras reflex por volta de 1999, mas hoje usando apenas uma compacta digital. Gosto de me classificar como aspirante a fotógrafo amador. Profissionalmente, me interesso por curadoria e montagem de exposições na área, ou seja, o que me interessa mesmo é a fotografia enquanto arte.

A Feira Fotografar me revelou o mundo da fotografia profissional, que eu desconhecia. Além das exposições e do fotojornalismo, há um consolidado e diversificado mercado. Esperava encontrar apenas expositores vendendo os últimos lançamentos em câmeras fotográficas, mas isso acabou sendo o que menos vi. Estandes de álbuns, impressoras, minilabs, flashs, tripés, porta-retratos, fotopresentes, fotolivros, e outros produtos específicos para lojistas, donos de estúdios, agências e profissionais autônomos predominaram. Pelo que entendi, as atuais apostas do mercado são os álbuns, as formaturas, e os casamentos, sendo que este último tem um evento específico para fotógrafos especializados, o Wedding Brasil.

Público visitando a feira

Saber que esse campo da economia criativa é tão organizado me animou especialmente por enxergar nessa profissionalização uma alternativa para os fotógrafos autorais que não conseguem ainda “viver de arte” complementarem a sua renda. Assim como na área musical é comum um músico trabalhar como técnico de som, apresentador de rádio, ou produzir jingles para manter sua carreira autoral, deduzo que um fotógrafo pode, em paralelo à sua carreira como artista, cobrir eventos, trabalhar em laboratórios, entre outras atividades, mantendo-se como profissional da área enquanto suas exposições, venda de fotos e livros não produzem renda suficiente. Será que estou certo nessa suposição?

Além da feira, oficinas e palestras completaram a programação do evento, com destaque para o Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem – EBEFI, de que falei aqui antes, e que pude acompanhar.

Mesa sobre o mercado fineart

O primeiro dia do EBEFI começou com um representante da Revista FHOX e outro da Rede Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, apresentando dados do setor, em sua maioria ousadamente produzidos por eles mesmos. Uma atitude louvável, que serve de exemplo para agentes de outros setores se organizarem e produzirem os seus próprios números. E do ponto de vista da programação, o começo perfeito para as discussões que se seguiriam durante o evento. Alguns dados que anotei:

Números da Fotografia no Brasil
*Fontes: Revista FHOX e RPCFB

  • Dispositivos de captura: 50 milhões
  • Fotógrafos Profissionais: 50 a 100 mil
  • Minilabs: 4,5 mil
  • Lojas: 9 mil (eram 13 mil antes do digital)
  • Estúdios: 3 mil
  • Inkjets: Mais de 500
  • Vendas totais: R$ 10 bilhões

Na mesa seguinte, a presença da pesquisadora Claudia Leitão, responsável pela recém-criada  Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, foi animadora. Longe de ser uma aventureira no assunto, a nova Secretária o domina por completo, e fez uma fala muito bem fundamentada histórica e conceitualmente. No público, a presença de Juliana Nolasco, ex-assessora do Ministério que cuidava do tema na gestão anterior, sinalizava que a nova Secretária não deve ignorar os avanços já realizados pelo MinC na área. Nesse ponto a Ministra Ana de Hollanda acertou.

Mas não vou comentar todo o evento em detalhes. Em vez disso, seguem algumas fotos com momentos mais relativos à criatividade do que à economia que ficaram na memória, e depois uma conclusão:

Jacob Pinheiro, psicanalista: “Imagino o fotográfo como o viajante solitário descrito por Bruce Chatwin no livro “Na Patagônia”. Um peregrino não atrás de Parságada, mas de si mesmo. Acredito que o fotógrafo está preocupado não na busca das imagens externas, mas nas imagens internas do íntimo. Quanto mais ele busca, mais essas imagens escapam, o que torna o trabalho do fotógrafo como uma investigação psicanalítica de si mesmo.”


Jum Nakao, estilista, fez uma palestra tão inspiradora que eu não consegui registrar em palavras, mas fica a imagem. Pesquise sobre ele, vale a pena.


Claudio Edinger, fotógrafo: “Às vezes alguma pessoa me pergunta: ‘Você ainda tá nessa de fazer foco seletivo?’. Ao que eu respondo: ‘E você ainda tá nessa de usar foco?'”


Além das palestras, o EBEFI teve uma área de convivência com expositores muito interessantes como a galeria virtual FotoSpot, que vende fotos excelentes a pequenos preços, a gráfica Ipsis, que produz os livros de fotografia com a melhor impressão que já vi, e as câmeras Hasselblad, que para deleite dos fotógrafos presentes podiam ser testadas no local.

Em 2010 os termos economia da cultura e economia criativa viraram moda entre os agentes do campo cultural brasileiro. E se 2010 também foi o ano do Twitter e do Facebook, o que mais se viu foram esses termos serem repetidos internet afora por pessoas que quase sempre não sabiam do que estavam falando. O mesmo acontece com alguns eventos, palestrantes e professores, que abordam mal o tema, ou usam dessa moda para promover sua carreira. O EBEFI, apesar do ineditismo, conseguiu apresentar uma ótima programação, confirmando as expectativas que tinha. E considerando que a produção teve menos de 2 meses para preparar o encontro, os parabéns são dobrados. Espero muitíssimo que possamos contar com uma segunda edição do evento em São Paulo, ou edições extras em outros estados brasileiros.

Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem abril 12, 2011

Posted by Jan Balanco in Artes Visuais.
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Foto: Cia de Foto

Começa hoje às 10h no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, o I Encontro Brasileiro de Economia da Foto e Imagem, encontro que, como o nome diz, pretende debater aspectos econômicos que envolvem a linguagem fotográfica, como o mercado de obas de arte, meios de difusão, mecanismos de fomento públicos, novas tecnologias, dados, entre outros. O tema, apesar de fundamental, pouco vemos ser discutido publicamente na área das artes visuais, o que torna o encontro uma oportunidade singular de aprendizado e atualização. E pela minha experiência profissional em economia da cultura, afirmo que esse é um dos eventos com a melhor programação que já vi nesse campo, com boa abrangência de temas, e convidados significativos e de diversos elos da cadeia produtiva (artistas, instituições, Governo, produtores).

O EBEFI integra a programação paralela da Feira Fotografar, evento anual do setor fotográfico que apresenta expositores de produtos e serviços para profissionais do mercado.

Confira abaixo a programação do EBEFI. Para detalhamento das palestras e perfil dos convidados, bem como valores e inscrição, visite o site do EBEFI.

Programação 12 de abril

FOTOGRAFIA, IMAGEM E CULTURA: QUE MERCADO É ESSE?

10h OS NUMEROS DA FOTOGRAFIA: MERCADO, WEB E CULTURA
* Fontes: Revista FHOX e RPFCB

10h25 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FOTOGRAFIA
Representante do MinC, Claudia Leitão, da Funarte, Xico Chaves, o Deputado Federal Carlos Zarattini, e Iatã Cannabrava, da RPCFB, Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil

11h45 O USO DA IMAGEM NA GRAMATICA DA IMERSÃO TOTAL
Marcello Dantas, Magnetoscópio

15h A EXPERIÊNCIA DAS FEIRAS DE ARTE
Fernanda Feitosa, SP Arte/Foto

15h35 LIVROS E EXPOSIÇÕES: PRODUTOS DA CULTURA DE UM PAÍS
Sergio Burgi, do IMS, Augusto Massi, da Cosac Naify, Renata Motta do SISEM e Danilo Miranda, do SESC
Mediação: Iatã Cannabrava

17h DO DESENHO DO PROJETO AO GARGALO DA CAPTAÇÃO
Cristiane Olivieri, da Olivieri & Associados, Eduardo Saron, do Itaú Cultural, Henilton Parente de Menezes, Secretário de Fomento do MinC e Sharon Hess
Mediação: João Leiva, Jleiva

18h45 ENCERRAMENTO

Programação 13 de abril

FOTOGRAFIA NO DIVÃ: ECONOMIA CRIATIVA, IMAGEM E INOVAÇÃO

10h A ERA DA IMAGÉTICA
Jacob Pinheiro Goldberg, psicanalista

10h35 CONVERGÊNCIA: FOTOGRAFIA, VIDEO, WEB
Paulo Fehlauer, da Garapa, Carla Romero, da Brasil 247, João Wainer, editor chefe da TV Folha/SP.
Mediação: Mozart Mesquita

11h55 TRANSITANDO ENTRE MERCADOS
Cia de Foto, coletivo de fotografia

15h OS NOVOS CAMINHOS DO MERCADO E A FORMAÇÃO DE PÚBLICO COMPRADOR
Lucas Lenci, da FotoSpot, Caio Oliveira, da Canson, Thiago Gomide, da Bolsa de Arte e Galeria Bergamim, Alexandre Roesler, da Galeria Motor

16h20 O PAPEL DA IMAGEM NA ECONOMIA CRIATIVA
Fabio Cimino, Zipper Galeria, Piatã Stoklos, Marketing Cultural – Vice Presidência de Marca, Marketing, Comunicação e Interatividade do SantanderAlessandra D’Aloia, da ABAC e Ilana Bessler, fotógrafa e curadora.
Mediação: Ana Carla Fonseca, da Garimpo de Soluções e FGV

17h40 A IMAGEM INVISÍVEL
Jum Nakao, Diretor de Arte e Estilista

18h10 CLAUDIO EDINGER NUM “PAPO SELETIVO” COM ALEXANDRE BELÉM
Alexandre Belém, Olhavê, entrevista Claudio Edinger, fotógrafo

18h50 ENCERRAMENTO